Na tarde de quinta-feira (17), o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Prestações de Serviço de Asseio e Conservação e Limpeza Urbana (Siemaco) junto com os coletores de lixo participaram de uma reunião com o Ministério Público do Trabalho (MPT) para tentar encontrar uma alternativa pra resolver a polêmica da coleta de lixo na cidade de Araraquara.
Na audiência pública, o Siemaco foi representado pelo seu presidente, Pedro Alves Filho e pela pela advogada Dra. Fernanda Balduino Bombarda.
Os trabalhadores levaram ao MPT as dificuldades de trabalhar sem o estribo nos caminhões, que foi proibido após uma ação. Conforme argumento pelos coletores, junto com o Siemaco, o estribo é uma plataforma de apoio e descanso aos trabalhadores.
As demais alterações colocadas pelo MPT foram consideradas como positivas pelos profissionais, como a sinalização de ré sonora, câmera de ré e um botão que, ao ser acionado pelo coletor, avisa o motorista que pode iniciar o processo de prensa do lixo.
Com a retirada dos estribos, os coletores contam com um carro de apoio que anda atrás dos caminhões para que os trabalhadores possam descansar. No entanto, o novo modelo causa mais cansaço e o serviço, que antes era feito em horas, se estende até o próximo dia.
A mudança tem causado polêmica na cidade e se tornado o assunto do momento. Na terça-feira (15), quase 200 toneladas de lixo deixaram de ser coletadas.
Ainda durante a audiência, foi ressaltado que aproximadamente cinco coletores já pediram demissão por não terem suportado o cansaço nas coletas, pois o único momento em que havia descanso era no estribo do caminhão.
Na ocasião, o MPT alegou que a única razão das mudanças é a segurança dos funcionários, que não enxergam outra alternativa para fazer a coleta a não ser com a presença do estribo.
O Sindicato está trabalhando incansavelmente para ajudar os profissionais. A advogada do Siemaco sugeriu que o estribo permanecesse, ao menos, nos percursos curtos. No trajeto longo, carros de apoio continuariam sendo utilizados.
O Departamento Autônomo de Água e Esgoto (DAAE) não foi convidado para a audiência, mas o MPT deverá fazer uma contraproposta para que o departamento acolha as solicitações dos coletores.
Mesmo sem definição, a audiência promovida pelo Siemaco fez o promotor ouvir os coletores e entender que, no momento, não é nada viável a retirada dos estribos dos veículos.
“Saímos vitoriosos desse encontro. O trabalhador foi ouvido, as demandas compreendidas e certamente bons frutos serão colhidos deste diálogo. Tudo que pedimos desde o começo é isso diálogo com a categoria, que é quem sempre vai sofrer as consequências, boas e ruis dessas mudanças. Nosso trabalho é lutar para que qualquer alteração seja justa”, afirmou Pedro Alves Filho, ao final do encontro.
